1 de maio de 2012

Seja Bem Vindo Maio


Soneto de Maio

Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E leva o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.

Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.

Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ei poder-se ver o rosto

Carregado de inveja e de presságio
Dos Irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...

Vinicius de Moraes


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